Matakiterani no Correio Lageano

Estamos aqui em Lages em meio a uma polêmica sobre o cancelamento do FETEL, Festival de de Teatro de Lages, que esse ano iria para sua 33ª edição. Financiado integralmente pelo poder público municipal, o FETEL solidificou-se como referência de evento cultural em Lage e Santa Catarina, independente de seu tamanho ou formato. A Matakiterani como associação que faz parte desse contexto foi procurada por um dos jornais locais o Correio Lageano e deu sua opinião sobre o assunto, reproduzo a matéria na sequência e passo o link dela no sítio do jornal;

12/9/2009
Município não tem lei de incentivo Grupos de teatro criticam a falta de uma lei municipal de incentivo à cultura e o desinteresse das autoridades
Por Fabiana Nonjah
Lages

O cancelamento do Festival de Teatro de Lages (Fetel) é consequência da falta de uma política municipal de incentivo à cultura e de atuação de uma equipe técnica capacitada junto à Fundação Cultural de Lages, para elaborar e encaminhar projetos a fontes de financiamento público ou privado, para captar recursos e promover eventos culturais. Essas são as razões apontadas por Gilson Máximo e Adilson Freitas, da Associação Cultural Matakiterani, para que o Fetel deixe de acontecer mais uma vez.
Para Adilson, a realização do festival servia de justificativa à ausência de ação ou de definição de ações pela Fundação Cultural de Lages. “O que a Fundação Cultural faz de efetivo? Promoção de escolha da rainha da Festa do Pinhão e de casamento coletivo?”, critica Freitas ao completar que “quando não se tem uma política definida qualquer coisa cabe”.
Máximo, seu parceiro de projetos no Matakiterani, lembra que durante a campanha eleitoral à prefeitura de Lages os três candidatos prometeram uma lei municipal de incentivo à cultura, que até agora não foi criada. “Até hoje não se falou mais”, reforça Máximo.
Os dois citam que cidades com arrecadação bem menor que a de Lages, como Xanxerê, já têm a sua lei, mas Lages parou no tempo do paternalismo em que os grupos de teatro não eram profissionais e recebiam “ajuda” em dinheiro para complementar gastos com a execução de seus projetos. “O Fetel acontecendo ou deixando de acontecer, a tendência é de ele ir se acabando por essa ausência de quadros técnicos da Fundação Cultural”, conclui Máximo.

A superintendente da Fundação Cultural de Lages, Sirlei Bordin Pinto, assegura que vários projetos referentes ao Fetel foram encaminhados para serem contemplados por leis de incentivo à cultura, mas não mereceram aprovação. “Quantas vezes mandamos projetos do Fetel para o Estado e para Brasília e que nunca foram aprovados, porque todos os projetos são em cima de captação de recursos e aqui em Lages é difícil atrair interesse de patrocinadores”, explica a superintendente.
Enquanto em meio à polêmica surgem várias justificativas e se buscam outras, companhias teatrais que se exibiram no festival lamentam que o evento não aconteça. “Fiquei chocada ao saber que o Fetel não vai acontecer! A Cia. Cuidado Que Mancha já participou de algumas edições, sendo sempre uma experiência forte que nos faz querer voltar a cada ano. A cidade, a equipe, o público, as escolas que visitamos, tudo fica registrado com muita força em nossa lembrança. Inacreditável que não seja feito, ainda mais por falta de recursos. Há que se ter mais respeito pela cultura, pois de recursos humanos o Festival está muito bem servido! Que sejam dadas as condições para quem respeita a arte de fazê-la acontecer em Lages!”, declarou a representante da companhia de Porto Alegre (RS), Raquel Grabauska.

 
No sítio do Correio Lageano, aqui 

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