SINOPSE:

Doca e Firmino, supostamente, são artistas de circo. Ela é chamada de louca, ele carrega marcas de um problema nas pernas que tivera quando criança. Ambos dizem fugir do Circo do Seu Otávio com um objetivo em comum: encontrar São João Maria, o homem que pode resolver todos os seus problemas e encaminhá-los para viver melhor. Para conseguir encontrá-lo, viajam e ganham a vida pelos sertões afora como mambembes, apresentando-se como circenses. Porém, a busca pode revelar mais do que o desejo de encontrar.

PROJETO DE MONTAGEM:

JOANINOS emerge como síntese do projeto Circo Encantado de São Sebastião, selecionado pelo Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Edição 2022, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura. É um dos produtos da pesquisa teórico-prática realizada na Matakiterani Associação Cultural há duas décadas sob o prisma da Tradição Oral, sobretudo, referente às narrativas sobre São João Maria. E é resultado, também, de uma parceria entre três companhias independentes, duas sediadas e atuantes em Santa Catarina: a Cia Circo Íris (Canelinha/SC) e a Matakiterani Associação Cultural (Lages/SC); e uma sediada em Caicó/RN: a Trapiá Cia Teatral, coordenada pelo diretor itajaiense, Lourival Andrade.

A montagem do espetáculo se constitui como continuidade do projeto de pesquisa e formação homônimo, que resultou na pesquisa de práticas circenses a partir da acepção do circo contemporâneo e, por conseguinte, em um texto dramatúrgico incorporando elementos dessa pesquisa que dão conta de estruturar a dramaturgia.

A temática do espetáculo concentra-se na figura de São João Maria, em que dois personagens circenses vagam pelos sertões com o seu circo com o objetivo de encontrar o profeta. Na busca, descobrem que o sentido da jornada não reside na própria figura do monge, mas nos propósitos que representa: a mobilização comunitária, o encantamento e o amor – e então, encontram sentido para sua própria prática circense.

A relevância da montagem dá-se pelo ineditismo do tema dentro de uma dramaturgia circense, bem como pela aderência popular – tanto ao tema – quanto à estética proposta. Além disso, a temática do espetáculo acerca São João Maria fortalece esse aspecto da obra, uma vez que é uma figura tradicional no catolicismo popular, sobretudo no território em que se desenvolveu o conflito do Contestado (como Taquaruçú, antigo reduto no ínterim da guerra). A crença no profeta está presente em diversos saberes e fazeres da região, como na prática do rito penitencial da Recomenda de Almas; nos hábitos alimentares tradicionais, nas relações de compadrio e na devoção e crença em suas profecias.

A equipe de trabalho reunida para a execução da montagem é essencial para a construção dessa estética: a Cia Circo-Íris, de Canelinha/SC, com ampla experiência em trabalhos na rua – de linguagem acessível e democrática – é responsável pela composição e treinamento dos números circenses integrados à dramaturgia; a Matakiterani Associação Cultural, de Lages/SC, com mais de duas décadas de experiência em trabalhos cênicos embasados na Tradição Oral, é responsável pelo treinamento vocal e corporal dos atores; a trilha sonora e a composição da sonoridade do espetáculo fica a encargo da premiada cantora Ana Paula da Silva, de Joinville/SC, que pesquisa práticas musicais populares (tal qual a pesquisa publicada em formato de livro “Alma na Voz e Mãos no Tambor”.

E, por fim, a cenografia e direção geral serão realizadas pela Trapiá Cia Teatral, de Caicó/RN, que tem como diretor o professor doutor Lourival Andrade (Itajaí/SC), e como cenógrafo, Custódio Jacinto (Caicó/RN), conferindo à obra um hibridismo entre dois sertões: o árido Sertão do Seridó e o verde Sertão do Planalto Catarinense.

ACESSIBILIDADE

O espetáculo possui tradução em LIBRAS em audiovisual. Para acessar, clique aqui. Para solicitar auxílio de como utilizar esse recurso, contate alguém da produção in loco ou entre em contato via Instagram (@matakiteraniac)

FICHA TÉCNICA:

  • Direção: Lourival Andrade
  • Dramaturgia: Marcos Cordioli e Morgana Oliveira, sob orientação de Lourival Andrade
  • Elenco: Marcos Cordioli e Morgana Oliveira
  • Direção Musical e Composições: Ana Paula da Silva
  • Treinamento Circense: Rafaela Catarina Kinas e Luca Tuã (Cia Circo-Íris)
  • Cenografia: Custódio Jacinto
  • Figurino: Morgana Oliveira
  • Adereços: Emanuel Bonequeiro
  • Concepção da Iluminação: Cia Matakiterani
  • Operação de Luz: Gilson Maximo
  • Operação de Áudio: Adilson Freitas
  • Produção: Maximus Produção Cultural

TRAJETÓRIA

  • ESTREIA: 28/07 | Centro Cultural Adjuto Dias | Caicó/RN
  • 26/08 | RECANTO CABOCLO – FESTA CABOCLA | Taquaruçú/SC
  • 08/09 | EEB VINTE E CINCO DE MAIO | Fraiburgo/SC
  • 18/10 | TEATRO MARIA LUIZA DE MATOS – FESTIVAL TECENDO O RISO | Concórdia/SC
  • 28/10 | TEATRO SESC LAGES | Lages/SC
  • 19/11 | NEM VIDA E ALEGRIA | Formosa do Sul/SC

Portfólio do espetáculo