Premiados da Rede de Sabedoria Popular da Matakiterani no Prêmio Culturas Populares 2018 – Edição Selma do Coco

Foram contempladas 02 inscrições na categoria mestre e 01 inscrição na categoria grupo formal

Foi publicado no Diário Oficial da União do dia 22/10 o resultado final da seleção de contemplados no Prêmio Culturas Populares 2018 – Edição Selma do Coco, do Ministério da Cultura. Dentre as 2.227 iniciativas culturais populares inscritas de todos os estados brasileiros e Distrito Federal, a Rede de Sabedoria Popular, ação da Associação Cultural Matakiterani teve 03 de suas 04 inscrições premiadas.

Na categoria Mestre de Cultura Popular foram contemplados Miguel Antunes de Freitas, o Mestre Mimi, e Sebastião Aldori Silva de Oliveira, Seu Sebastião dos Balaios. Na categoria grupo formal, foi contemplada a Associação Cultural Matakiterani. Cada iniciativa premiada irá receber R$ 20 mil para a continuidade das ações, num investimento total de R$ 10 milhões. Além dos contemplados da Rede de Sabedoria Popular, foi aprovada outra iniciativa de Lages, o grupo de teatro Menestrel Faze-Dô.

Os premiados

Mestre Mimi

Miguel Antunes de Freitas, 74 anos, conhecido como mestre Mimi, é contador de causos. Criado com os avós na zona rural da Serra Catarinense, foi pinante de tropa, agregado de fazenda, e operador de serra fita em serraria. Ao se aposentar passou a dedicar seu tempo em transmitir seus saberes para os mais jovens por meio das ações promovidas pela Associação Cultura Matakiterani. Foram nessas atividades que recupera da infância a “Dança do Urubu”, uma brincadeira ensinada por seu avó, conhecido como Pai Grande. Trabalha especialmente com alunos do ensino fundamental, contando causos, revivendo costumes e tradições antigas além de ensinar a dança do urubu.

Sebastião dos Balaios

Seu Sebastião é artesão e taipeiro. Aprendeu a trançar fibras na casa dos avós na Coxilha Rica. Ele aproveitava restos de material para aprender e de tanto insistir, sensibilizou a avó, que o ensinou a técnica. Trança fibras há 35 anos, também atuando politicamente em movimentos de artesãos e da economia solidária. Atualmente é dos poucos balaieiros ainda em atividade na Serra Catarinense, mantendo a herança cultural indígena de produção de peças como balaios, cestos, peneiras, esteiras entre outras.

Matakiterani – Vivências criativas de tradição oral na escola

São ações de diálogo dos saberes formais e informais mediados por atividades denominadas vivências criativas de tradição oral, na qual os facilitadores da Matakiterani acompanham Mestres de tradição oral em visitas na escola. As atividades duram de 20 a 30 minutos por turma, fazendo uso de recursos da pedagogia griô e da educação biocêntrica para a fruição e reinvenção dos saberes tradicionais, gerando novos produtos utilizando as linguagens artísticas: teatro, contação de histórias, audiovisual e literatura. Todo o processo é pactuado entre as partes numa construção dialógica de saberes, constituindo laços afetivos e um ambiente de confiança mútua para o desenvolvimento dos trabalho.